O poder é medroso

Este texto critica o poder autoritário, destacando seu medo da autonomia e consciência coletiva, exaltando a resistência, a solidariedade e as lutas anticapitalistas, antirracistas e antimachistas.

Gabriel RIbeiro

9/8/20242 min read

Não significa dizer que o poder não é perigoso. É muito, inclusive produz guerra, mortes, miséria, violência urbana, no campo; o poder tem medo, sobretudo. Justamente por ele ter tanto medo dos questionamentos da sociedade - quem almeja algum tipo de poder - se utiliza da força bruta para coagir aqueles corpos atentos, cientes de si e da estrutura social.

Um tirano que é cheio de si, quando descobre que ele não tem esse poder todo, sua covardia surge e busca esconder toda a sua fragilidade, as suas contradições, mentiras, enfim, tudo aquilo de "ruim" que ele carrega com as suas pretensões.

Um autoritário tem pavor de um corpo que se aprofunda em sua natureza. Quando um corpo corajoso, consciente, descobre que mergulhando nas profundezas internas, irá não só conhecer melhor de si, mas se conectar com o coletivo, com os legados ancestrais daqueles que produziram lutas, ciências, em prol da humanidade; o f@$cista se amedronta e articula uma força armada para coibir esta potência de um corpo que, concebe no coletivo, na comunidade, na manifestação de rua, o modo mais potente de agir nesse mundo doente.

Quem quer o poder é medroso. Não se garante no debate das ideias. Se agarra a um absolutismo tacanho, imoral. Refuta a ciência para dizer que o 'mito" é quem estar "certo".

Na Revolução Francesa ali do fim do século XIX, a burguesia, em conluio com a aristocracia e os políticos do poder, quiseram até controlar a masturbação das pessoas. O pretenso poderoso sabe que o corpo é um oceano de possibilidades. Quando nos masturbamos, nos conhecemos melhor, a imaginação nos permite pensarmos em utopias, em um novo mundo.

O burguês que vive ostentando bens materiais para se sentir superior aos demais, é um miserável, na verdade. Não passa fome, mas passa medo o tempo todo. E sempre será assim. Os mais pobres passam fome, corre-se o risco da desnutrição, mas geralmente são mais solidários, fortes e resistentes.. Um doa feijão, o outro o fermento pro bolo.

Ressalto que romantizar a escassez de alimentação, a pobreza dos trabalhadores, desempregados, é uma armadilha, pois o capitalismo se apropria dessa romantização para validar essa desigualdade (deliberada) de um modelo político.

Mas citando o professor e historiador Luiz Antonio Simas, mesmo no precário, o povo se reinventa, busca modos de sociabilidades que driblam toda essa estrutura opressora.

Não importa o tipo de luta, qualquer uma - antihegemônica, antirracista, antimachista, anticapitalista - é legítima e se faz com muito amor e coragem. Coisa que um autoritário jamais terá. Seu corpo sempre será fraco, sempre dependerá da força bruta pra conseguir os seus objetivos. Sua vida não terá sossego.

Vamos nessa, semelhantes, temos qualidades que não dá nem para contar.

Gabriel Ribeiro

À Margem