O corpo, um instrumento de potência

Este texto reflete sobre a violência visível e invisível na sociedade, destacando a opressão de corpos marginalizados e a resistência frente à tirania. Explora a luta contínua contra o poder autoritário, o rejuvenescimento dos oprimidos e a insurgência em prol da humanidade, com ênfase na solidariedade, macumba, amor e anarquia.

Gabriel Ribeiro

9/8/20241 min read

É um grande período de turbulências cujo as nuvens estão recheadas de substâncias tóxicas. O corpo precisa a todo instante estar buscando se esquivar dessa tirania antivida.

Tendo que se encontrar com o tirano ou com quem não compreende a diversidade da vida e do mundo, faz com que o corpo "atacado", aprenda ser sonso com um autoritário.

Existem vários tipos de violência na sociedade, aquela mais visível, escancarada, que atinge os corpos negros, indígenas, de pessoas trans, principalmente de mulheres negras (evidente que as brancas também sofrem essa violência).

Há outras formas de violências, mais sorrateiras, sutis e tão perigosas quanto. Porquê através delas desencandeia tantas outras. É a violência da disputa pelo poder. Do poder sobre um outro corpo considerado mais frágil.

O domínio sobre um outro corpo vai além da obtenção de mais dinheiro; o saber também é utilizado como ferramenta de dominação.

Um corpo pode ficar anos tendo que "saber lidar" ou conviver, com as diversas formas de opressão, sabendo de fato, segurar com os pulsos firmes, a sua não diminuição de potência. Não deixar a sua pérola interna se esfalerar por causa do projeto de destruição daquele que acha que tem poder sobre o outro.

Nessa jornada turbulenta, a gente se machuca muito. Se entristece, se revolta, em dado momento, perde-se sua força. Mas o propósito de mudar toda essa estrutura social pautada pela disputa, pela miserabilidade alheia, se torna uma arma incessante.

O corpo do oprimido, do marginalizado, muitas vezes ferido, também opera uma capacidade de rejuvenescimento. Ele apanha, apanha, tem a reputação arranhada, mas também consegue se recompor e acender o molotov bem debaixo da mesa de almoço do tirano que sempre achou ser superior a este corpo.

Se turbulência não derruba avião, não será corpos atentos, que irão sucumbir. Semelhantes podem nos deixar antes da hora, pela brutalidade dos gananciosos, mas a luta, levante, a resistência, a insurgência, é pelo coletivo, é pela natureza do mundo, é pela humanidade.

Macumba, amor e anarquia!

Gabriel Ribeiro

À Margem